Foto: Comunidade Bethânia/Divulgação

 

De acordo com a investigação, após a análise de imagens de câmeras de segurança, relatos de testemunhas e documentos reunidos, a Polícia Civil entendeu haver indícios suficientes para o indiciamento. O crime de importunação sexual prevê pena que pode chegar a cinco anos de prisão. O inquérito tramita sob segredo de justiça.

Segundo relato de um atendente de 19 anos que presenciou a situação, o suspeito teria observado o local antes de entrar e, já no interior do comércio, realizado gestos considerados libidinosos enquanto encarava o funcionário. O comportamento, conforme o relato, teria durado cerca de dez minutos. As imagens permitiram identificar o veículo utilizado, registrado em nome de uma entidade religiosa, o que levou à localização e intimação do investigado.

 

Foto: O Município/Divulgação

 

Em depoimento, o padre negou qualquer intenção sexual. Ele afirmou que estava no local para comprar um presente e itens pessoais e que os movimentos na região íntima ocorreram em razão de um incômodo dermatológico. O investigado também declarou ter se sentido observado pelo atendente e negou a intenção de constranger o funcionário.

 

Afastamento da presidência

Em nova nota encaminhada à imprensa na noite de quinta-feira, dia 18 de dezembro, a diretoria da Comunidade Bethânia informou que o padre Vicente de Paula Neto foi afastado do exercício da Presidência da Associação Educacional e Assistencial da Comunidade Bethânia. Segundo o comunicado, o afastamento ocorre enquanto são aguardadas novas definições sobre o indiciamento.

Durante esse período, a presidência da associação será exercida de forma interina pelo vice-presidente, padre Waldomiro Lúcio Tardivo Filho.

A manifestação da Comunidade ocorre em um momento sensível do caso. Na tarde de quinta-feira, o jornal O Município divulgou, em primeira mão, um vídeo de quase nove minutos que teria sido utilizado pela Polícia Civil como uma das provas no inquérito que resultou no indiciamento do sacerdote.

 

 

Nota da Comunidade Bethânia

Em nota anterior, a Comunidade Bethânia havia reafirmado publicamente a confiança no padre, destacando sua trajetória pastoral e o compromisso com os princípios cristãos que fundamentam a instituição. O documento também manifestou respeito às instituições policiais e afirmou confiar que o caso será conduzido com responsabilidade, prudência e respeito à dignidade de todas as pessoas envolvidas.

 

Apuração pela Arquidiocese

A Arquidiocese de Florianópolis informou que tomou conhecimento do caso e iniciou uma investigação interna para apurar os fatos. Segundo a assessoria, um posicionamento será divulgado após a conclusão da apuração. Até o momento, não houve novo retorno sobre o andamento do procedimento.

O caso segue em acompanhamento pelas autoridades competentes, enquanto a Comunidade Bethânia mantém suas atividades regulares aguardando os desdobramentos judiciais e administrativos.